«Raivoso como Sócrates...
Remoques de um desbocado puseram Twitter em órbita M*rdas Que O Meu Pai Diz, o livro, virou best-seller – e logo depois série de TV
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Basebol, esteróides, McGwire
A fama na net explodiu, a página saltou para lá dos dois milhões de seguidores, Justin Halpern passa-a a livro – e M*rdas Que O Meu Pai Diz está há mais de um ano na lista de best-seller do New York Times (Chelsea Handler sintetizou-o ao jeito de Sam: "é ridiculamente hilariante, o livro"). Divertido e inspirador, traça retrato porfundo da relação entre pais e filhos, aborda, sem papas na língua (e de forma desabrida), grandes temas da vida: o medo, a amizade, a ambição, a política, os estudos, o desporto...
Visões, são várias. Subversões, também. Há a história de Sam Halpern a treinar uma equipa infantil de basebol de um subúrbiio de San Diego – e a de Justin a jogar lá, por exemplo. Por entre elas, as revelações, saltam, imprevisíveis, alucinantes, as "pérolas" de Sam. Que sobre o desportivismo diz: "Jogaste muito bem, jogaste mesmo. Estou orgulhoso. Infelizmente, a tua equipa é uma merda. Não, não podes zangar-te com as pessoas só porque são merdosas. A vida encarrega-se disso, não te preocupes". Sobre ficar em último na corrida de 45 metros nos testes para a equipa infantil de basebol provoca: "Parecia que estavas a ser atacado por um enxame de abelhas ou algo do género. Quando vi aquele miúdo gordo que estava a cronometrar-te começar a rir... Bem, deixa-me que te diga, nunca é bom sinal quando um miúdo gordo se ri de nós." E sobre o escândalo dos esteróides no basebol arrasa: "As pessoas estão surpreendidas por o Mark McGwire tomar esteróides? Olha para ele! Parece que devia estar num expositor de feira enquanto um filho da mãe qualquer limpa a merda que ele faz"...
Basquetebol, futebol, TV...
O livro tem em fio sem fim os remoques de Sam em 17 capítulos. Sob títulos de efeito rápido, magnéticos, como: Dá o Teu Melhor e, caso isso não bastar, pensa noutra coisa depressa. Ou A confiança é o melhor caminho para o coração de uma mulher... ou pelo menos para as suas cuecas. E por entre as suas 165 páginas aparecem, furtivas, estrelas de desportos vários – no encanto do que Sam dispara no que atira pela língua fora à queima roupa. Que tanto pode ser um Ferrari como metáfora de uma disfunção eréctil como uma experiência espacial como metáfora de home run de 140 metros perdido por Justin no primeiro jogo que fez pela sua universidade.
(Pois, tinha de ser, M*rdas Que O Meu Pai Diz acabou por saltar também para a TV. A CBS convidou Justin a escrever guião para uma série. Que a Sony TV acabou de estrear em Portugal – pondo-lhe, contudo, nome mais... soft: As Parvoíces do Meu Pai. Sam é Ed Goodson e ainda mais desconcertante – e no seu papel está William Shatner, o capitão Kirk de Star Trek. Justin é Henry e ainda mais comovente – e no seu papel está Jonathan Sadowski...)»
A Bola, Abril de 2011
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